Crónicas publicadas no jornal Notícias de Coura desde outubro de 2012
terça-feira, 28 de dezembro de 2021
O passageiro
quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
Entrevista ao fugitivo
terça-feira, 30 de novembro de 2021
Um país à deriva
terça-feira, 16 de novembro de 2021
Crise política à vista
terça-feira, 26 de outubro de 2021
O apagão
terça-feira, 12 de outubro de 2021
Resultados eleitorais
segunda-feira, 27 de setembro de 2021
Terroristas em Portugal
segunda-feira, 13 de setembro de 2021
Mesmo em cima da hora!
Comecei a última crónica partilhando com os leitores a minha leve irritação pelo facto das férias estarem a acabar, mas algo descansado pois em poucos dias elas voltariam. Desta vez, coincidência das coincidências, escrevo esta crónica a poucas horas de regressar ao trabalho, mas desta vez já não há mais férias! (Vai trabalhar malandro, diz-me a voz da consciência, daqui ao Natal é um “pulinho” e depois lá terás mais uma semana de descanso.)
Esta foi uma
crónica especialmente difícil de escrever, não sei se a razão é o estado
adoentado que há dias me persegue, se é mesmo a falta de ideias, se calhar é
efeito da vacina Pfeizer… começo a suspeitar que tudo é culpa da vacina, e não
da idade! Hoje é terça-feira, são sete da manhã do dia seguinte àquele em que
religiosamente envio o artigo para o Notícias de Coura, mas como na mensagem
que recebi dizia “Armando, artigo até terça-feira, por favor”, vou fazer como
os meus alunos, se é até terça, é até à meia-noite! Brincadeira… tenho de
acabar isto até às 8 da manhã, e dois parágrafos já estão! Vamos lá então
escrever qualquer coisa minimamente interessante sobre a atualidade.
Regresso às aulas: Está a
começar mais um ano letivo. Vai continuar quase tudo na mesma, as máscaras, o
distanciamento social, embora este ano esteja prevista a realização de testagem
já nas primeiras semanas de aulas, o que é uma medida mais do que justificável
e necessária. Ao mesmo tempo, o país está quase a atingir a percentagem de
vacinação que permite falar em “imunidade de grupo” e os mais jovens foram vacinados.
Entretanto, a Organização Mundial de Saúde recomenda menos alunos por turma…
aquela medida que todos os governantes anunciam mas que, estranhamente, poucas
vezes se vê concretizada… havendo até casos em que é o próprio Ministério de
Educação a autorizar a abertura de turmas maiores que o limite legal. Será um
ano letivo que se aproximará sem dúvida da normalidade há muito desejada, talvez
no 3.º período já possamos ver a cara uns aos outros!
Estado de contingência: Portugal antecipou numa semana as medidas previstas para
setembro, aumentam os limites de clientes nos restaurantes, de espetadores nos
espetáculos culturais e desportivos, os serviços públicos deixam de exigir
marcação prévia e os transportes públicos deixam de ter lotação máxima. Aos
poucos o país está a regressar à normalidade, muito graças à eficácia do plano
de vacinação. Creio que a medida mais perigosa é mesmo o fim da lotação máxima
nos transportes, associada à previsível medida de deixar de ser obrigatória a
utilização de máscara na rua, coisa que ainda não sendo, já o parece ser, pois
vê-se cada vez mais gente sem máscara, e são poucos os que a colocam quando se aproximam
de alguém.
Campanha eleitoral: “Eles
andem aí!” Pois é, as eleições autárquicas aproximam-se e as cidades começam a
estar cheias de cartazes publicitários, grupos de políticos sorridentes invadem
feiras e mercados, distribuindo folhetos com 1000 promessas que não pretendem
cumprir, um cenário que todos conhecemos, bem podemos agradecer ao Covid a
proibição dos beijinhos e dos abraços. Os resultados são mais do que
previsíveis, o PS vai ganhar e o PSD vai levar (mais) uma tareia, as únicas
coisas que podem dar algum interesse a estas eleições são a quantidade de votos
do Chega, e se é desta que o CDS-PP desaparece! Ah, quase me esquecia de outro
ponto de interesse: - Voltará Pedro Santana Lopes a ser Presidente da Câmara da
Figueira da Foz!?
segunda-feira, 16 de agosto de 2021
Otelo, medalhas e vacinas.
terça-feira, 3 de agosto de 2021
Finalmente de férias!
terça-feira, 20 de julho de 2021
O Ministro azarado
terça-feira, 6 de julho de 2021
O espião russo
segunda-feira, 14 de junho de 2021
Vergonhoso, outra vez
No início do mês de maio o país futebolístico congratulava-se com o anúncio de que a final da Liga dos Campeões de futebol se iria realizar no nosso país, no Estádio do Dragão, no Porto. Mariana Vieira da Silva, Ministra de Estado e da Presidência, fez saber que os 12000 adeptos ingleses que viriam à final se deslocariam numa “bolha”, teriam de viajar com um teste negativo à covid-19, ter bilhete para o jogo e não teriam qualquer contacto com a população em geral, estando menos de 24 horas no nosso país. Para não me perder em tantas coisas que me apetecia escrever, vou agrupar isto por tópicos, é também uma forma de me acalmar… apetecia-me descarregar a indignação de tal forma que as mãos jamais conseguiriam escrever aquilo que a boca iria proferir, portanto… calma:
segunda-feira, 31 de maio de 2021
Vergonhoso
segunda-feira, 17 de maio de 2021
Soltem o povo
terça-feira, 4 de maio de 2021
Prescreveu
Durante mais de três horas e em direto para as televisões, o Juiz Ivo Rosa fez a leitura da súmula da decisão instrutória da Operação Marquês.
segunda-feira, 19 de abril de 2021
Moçambique, Ronaldo e AstraZeneca
Finalmente começaram a matar estrangeiros em Moçambique.
terça-feira, 30 de março de 2021
Onde vai um, vão todos!
Com este título, acabei de prender às páginas do jornal alguns adeptos de futebol! Agora falta arranjar assunto para explicar o uso desta frase da autoria do atual treinador do Sporting, Rúben Amorim.
segunda-feira, 15 de março de 2021
Abaixo a Ponte 25 de Abril.
Mas o que foi isso dos descobrimentos? Como disse um dia Agostinho da Silva, “Uns acham que foi por outros, outros acham que foi pela fé, outros acham que foi pela aventura, outros acham que eles iam impelidos por uma ideia de catolicidade do Universo, outros acham que iam impelidos por outra ideia, quer dizer, o descobridor sobra no sistema filosófico. O descobridor tem o corpo mais vasto de que os paletós de que os querem vestir.” Suspeitaria ele que, um dia, alguém considerasse os descobrimentos uma vergonha para o país?
Embora a minha opinião pouco possa interessar, especialmente quando a coloco lado a lado com as das individualidades referidas nesta crónica, parece-me que os descobrimentos são algo que devemos lembrar com orgulho, se hoje se fala em globalização, aos portugueses se deve provavelmente o conceito. Por que razão se falará português em tantas partes do mundo? Agostinho da Silva dizia também que “Nós não devemos nada à Europa, a Europa é que nos deve a nós o conhecimento do Mundo”.
E esta conversa a que respeito, perguntarão os leitores do Notícias de Coura, pensando com todo o direito que estou a valer-me de factos históricos para encher mais uma crónica? Talvez em parte tenham razão. Mas a verdade é que não podia deixar passar em claro esta ideia, completamente patética, do deputado do PS Ascenso Simões, que numa crónica escrita no jornal Público veio defender que o “O 25 de abril de 1974 não foi uma revolução, foi uma festa. Devia ter havido sangue, devia ter havido mortos…”, e ainda que “o Padrão dos Descobrimentos deveria ser demolido, enquanto monumento do regime ditatorial que é”.
Depois da polémica, Ascenso Simões veio dizer que não o fez no sentido literal das palavras. Donald Trump, há pouco tempo, quando afirmou que "a eleição lhe foi roubada pelos democratas e que se teria que travar o roubo”, também não estava a ser literal, e o que aconteceu foi a invasão do Capitólio poucas horas depois. Mas de Ascenso Simões devemos sempre esperar o pior, já em tempos usou o Twitter para apelidar de “palerma”, “parvo” e “ausente de cérebro”, internautas que o criticaram. Chegou mesmo a questionar uma delas de “qual seria a sua rua e a sua esquina”. Posteriormente, alegou que a conta era falsa, mas era a que tinha registada na sua página oficial. Já em tempos, João Soares, então Ministro da Cultura, ameaçava com um par de bofetadas um colunista do jornal Observador, não lhe restando outra alternativa senão apresentar a demissão. Quando Ascenso Simões associa o Padrão dos Descobrimentos ao regime ditatorial, quererá ele também sugerir um dia, a demolição de coisas como a Ponte 25 de Abril, dezenas de escolas primárias, os hospitais de Santa Maria e São João e até o Estádio do Jamor? Nem sei por que razão em vez de terem mudado o nome à ponte não a destruíram. Isso sim, seria acabar de vez com a imagem de Salazar.
Imagine-se que na atual democracia, os sucessivos governos do PS e PSD desatavam a destruir tudo aquilo que os antecessores tinham feito!? Já nos bastam as mudanças ideológicas. Se a redução de deputados na Assembleia da República fizer com que deputados como Ascenso Simões deixem de representar os Portugueses, será uma medida positiva.
Crónica publicada na edição 405 do Notícias de Coura, 9 de março de 2021.
[1] https://padraodosdescobrimentos.pt/padrao-dos-descobrimentos/