terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Balanço

A melhor forma de não ter de pensar muito sobre o que escrever nesta crónica, é aproveitar a sorte de estarmos no fim do ano e fazer um balanço de 2015. 

Educação 
Sobre esta temática não posso deixar de salientar 3 marcos: 

1) O novo ministro da educação é courense. Tiago Brandão Rodrigues foi eleito deputado pelo PS e teve o mérito de ver o seu concelho como o único do distrito de Viana de Castelo, onde a votação do PS foi superior à da coligação PSD/PP. Quanto a prognósticos, estou como dizia o outro*, “…só no fim do jogo”. Já muito se escreveu sobre a sua falta de experiência política, sobre os muitos anos que esteve fora do país, sobre o seu desconhecimento do setor, eu quero acreditar que talvez isso seja uma vantagem. Cá estaremos para na devida altura fazer esse balanço, eu, como professor e interessado nesse resultado, obviamente que lhe desejo o melhor. 

2) Fim dos exames do 4.º ano. Um dia depois da tomada de posse do XXI governo constitucional, ainda o ministro não tinha por certo arrumado o seu novo gabinete, e já o parlamento aprovava o fim dos exames do 4.º ano. Não vou aqui descarregar argumentos contra e a favor, vou mais uma vez escrever o que sinto: alívio! Os exames acarretavam para mim o trabalho suplementar de ficar responsável pelos programas informáticos que fazem a sua gestão. Não é que não queira trabalhar, não quero é perder horas e horas em trabalhos administrativos que me afastam daquilo que gosto de fazer, o trabalho pedagógico com os alunos, uma das principais razões que me levou a apostar nesta profissão, aposta da qual não estou minimamente arrependido. No dia da votação o PCP afirmou que já entregou uma iniciativa legislativa para acabar também com os exames do 6.º e do 9.º ano! O que acho!? Para já não acho nada, vou deixar os argumentos das vantagens e desvantagens dos exames nacionais para uma futura crónica. 

3) Obras na escola básica e secundária: Este foi o ano em que a “minha” escola mudou de cara! A escola está mais bonita, mais limpa e muito mais quente. Assim se criam as condições para um ensino de qualidade. Depois da mentira que foi o “parque escolar”, e por mais discursos de valorização da escola pública que os sucessivos governos possam ter, só podemos (e devemos) acreditar em quem faz. Assim é a autarquia de Paredes de Coura. A aposta na educação e cultura é a prioridade. (Agora que o ministro da educação é um filho da terra, vejam lá se o contagiam com essa paixão.) 

Política 
Sobre este assunto prefiro não escrever nada. O país foi a eleições, a coligação ganhou mas a maioria parlamentar chumbou esse governo. António Costa mostrou a sua garra e poder de persuasão, mesmo perdendo as eleições é 1.º ministro, apoiado por 3 acordos de incidência parlamentar. O que lhe desejo? Obviamente o melhor, por interesse é claro. 

Desporto 
O ano fica inevitavelmente marcado pela viagem de Jorge Jesus do Benfica para o Sporting. Este episódio mostra um bocadinho do pior que pode existir no ser humano: só porque o homem foi para o clube rival então agora não presta? A verdade é que enquanto foi treinador do Benfica defendeu com profissionalismo as cores do clube, e deu-lhe mais do que se calhar algum treinador virá a dar. Enquanto os clubes de Lisboa se atacam quase diariamente, o FC Porto tem um treinador que continua a inventar de tal forma que contribui decisivamente para que Jorge Jesus volte a ter sucesso. Não sou homem de apostas, mas era capaz de apostar uns 5 ou 10 euros em como o Sporting vai ser campeão. (Não aposto mais pois ainda não me foi reposto o corte salarial!). 

Mundo 
Atentados, guerras, extremismos religiosos, fome, refugiados, crise… nada de novo. Assim vai o mundo. Um mundo onde a palavra do ano foi um emoji, um bonequinho amarelo, a sorrir, com lágrimas de alegria. É caso para dizer… L 

* Afirmação célebre do antigo defesa-direito do FC Porto, João Pinto.

Crónica publicada na edição 285 do Notícias de Coura, 15 de dezembro de 2015.