terça-feira, 30 de março de 2021

Onde vai um, vão todos!

Com este título, acabei de prender às páginas do jornal alguns adeptos de futebol! Agora falta arranjar assunto para explicar o uso desta frase da autoria do atual treinador do Sporting, Rúben Amorim.

Esta frase foi proferida pelo treinador após um empate com o Famalicão, num jogo onde a tecnologia anulou o golo da vitória do Sporting, já depois dos 90 minutos, e pelos vistos injustamente. A tecnologia, inventada pelo homem para superar as suas dificuldades e minimizar os seus erros, falhou… ou se calhar, falhou a parte humana da tecnologia.
Estas injustiças têm muitas vezes o efeito contrário, fazem com que os grupos se tornem mais fortes e unidos, quantas vezes não se vê no futebol equipas reduzidas a 10 elementos terem um desempenho ainda superior ao de quando estavam com 11?
Entretanto, o campeonato seguiu o seu curso e o Sporting foi ganhando, e foi ganhando muitas vezes já perto do final dos jogos, o que é perfeitamente legal. Estrelinha da sorte, apressaram-se alguns a dizer, invejosos… os jogos só terminam quando o árbitro apita, muitas vezes têm ganho no fim, e quantas vezes já não perderam nas mesmas circunstâncias?
Nos dias de hoje, à data em que escrevo este artigo, o Sporting tem dez pontos de avanço e só um grande percalço lhes tirará o título, mas já há coisas a acontecer cujo único objetivo é tentar fazer tremer uma equipa que se atreveu a meter-se na luta pelo título, na luta por um lugar que dá acesso aos milhões da Liga dos Campeões.
Pelos vistos, para ser treinador é preciso ter um nível 4 de formação, e enquanto os treinadores não o têm, as equipas “dão o golpe” e inscrevem-nos como treinadores adjuntos, enquanto não obtêm a certificação. Obviamente que isto é uma prática corrente, mas não faz dela uma prática correta… digo eu. Mas esta prática não foi uma “habilidade” feita agora pelo Sporting, já há anos que é assim, por que razão só agora a Associação Nacional de Treinadores de Futebol se lembrou de apresentar queixa? Treinadores como Paulo Bento, Sérgio Conceição, Petit, Silas, Nuno Espírito Santo e Pepa, são nomes que já lideraram equipas técnicas e estavam inscritos como treinadores-adjuntos. A culpa aqui é de quem permitiu que esta prática fosse sendo aceite. É justo que se faça justiça mas, só agora? Só o Rúben Amorim ou o Sporting é que vão ser penalizados?! Haja paciência para tamanho descaramento.
Queres ver que qualquer dia ainda alguém vai fazer queixa do Paulinho por ele não ter um qualquer certificado para ser Roupeiro da equipa do Sporting!? O que mais irrita nesta situação é que muito provavelmente, se o Sporting estivesse a lutar pelo 3.º ou 4.º lugar, ninguém se preocupava com essa questão.
Sabem bem os leitores do Notícias de Coura, que eu já em tempos confessei ser adepto do Grupo Desportivo do Chaves, e é esse o meu 1.º clube, em termos de grandes do futebol até sou do F.C. do Porto mas, da mesma maneira que digo “não ser carneiro de nenhum partido”, também escrevo não “ser cordeiro de nenhum clube”, e obviamente que este ataque às gentes verdes e brancas é orquestrado por quem tem poder, e quem tem poder são normalmente os grandes clubes.
Não me aborrece nada ver o Sporting na frente do campeonato. Não há adeptos como os do Sporting, tenho muitas dúvidas que os adeptos do Benfica ou do Porto tivessem a mesma admiração pelo clube se estivessem tantos anos sem ganhar um campeonato. Pois que o sejam. Quando o Sporting for campeão há muita gente que vai ficar feliz, quase todos os que conheço do Sporting são boas pessoas, estou a lembrar-me de um Advogado, de um DJ, de um Padre, de um Produtor Musical, de um Produtor de Teatro, de um Professor de EVT e de um outro de Informática, de um oftalmologista… e aposto que alguns destes que acabei de referir também vocês os conhecem. Se as pessoas de quem gostamos ficarem felizes, também nós devemos ficar. E onde for um, iremos todos.


Crónica publicada na edição 406 do Notícias de Coura, 23 de março de 2021.



Sem comentários:

Enviar um comentário