terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Cuidado com a polícia, os agricultores e o macaco!

Em novembro do ano passado o governo aprovou os valores dos suplementos de missão para a PJ. O exercício de funções em condições de risco, insalubridade e penosidade assim o justificava. Na minha opinião, bem. Algum tempo depois, os elementos da PSP e da GNR exigiram um suplemento idêntico. Os protestos que começaram com um agente da PSP a pernoitar em frente à Assembleia da República, alastraram rapidamente a todo o país. O Senhor Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, só decidiu reagir quando os protestos mexeram com o futebol. O jogo entre o Famalicão e o Sporting não se realizou devido à falta de polícias em número suficiente e antes do jogo houve confrontos entre adeptos e houve feridos. (Obviamente que nada disto aconteceria se quem vai ver o futebol fosse mesmo apenas com esse interesse, mas quando se fala em claques temos de perceber que são um grupo de bandidos e arruaceiros que só querem confusão.) *

José Luís Carneiro convocou de urgência os comandantes da GNR e da PSP, falou em insubordinação dos polícias e anunciou inquéritos de investigação aos atestados médicos dos polícias e às declarações de Armando Pereira, presidente do Sindicato Nacional de Polícia que admitiu eventuais impactos na realização das próximas eleições legislativas. Na minha opinião é bem mais grave que os polícias não se apresentem nos jogos de futebol do que deixem penduradas as urnas e os boletins de voto nas próximas eleições! Quanto à atuação tardia do Senhor Ministro da Administração Interna quase me apetecia perguntar: - Se José Luís Carneiro tivesse ganho as eleições a Secretário-Geral do PS e fosse candidato a 1.º Ministro, atuaria também desta forma!? Provavelmente não. Ter as forças da autoridade insatisfeitas desta forma e falar em insubordinação é perigoso. Cuidado com a polícia.

Os agricultores andam insatisfeitos, reclamam melhores rendimentos e um justo pagamento dos produtos que vendem, a diminuição dos impostos sobre os fatores de produção e o pagamento de subsídios e incentivos ao investimento em tempo útil. (Infelizmente não é só no setor agrícola que se verifica que o Estado é o pior dos pagadores.) Como se verificou na última semana os agricultores muito facilmente levam o país ao caos, fechando estradas e fronteiras. Não se esqueçam de que as prateleiras dos supermercados não se enchem por artes mágicas. Ao contrário do seu colega da Administração Interna a responsável política, Maria do Céu Antunes, Ministra da Agricultura, agiu quase de imediato, reunindo de pronto com os responsáveis do setor e anunciando algumas medidas. (Sobre a validade e eficácia das mesmas falaremos daqui a uns tempos.) Sem agricultura não há vida. Cuidado com os agricultores.

Em mais uma autêntica operação policial de alto impacto, o Ministério Público faz buscas e prende vários indivíduos ligadas aos Super Dragões, a claque do F.C. Porto, entre eles o seu líder, Fernando Madureira, mas conhecido como Macaco. Este personagem já em tempos se declarou insolvente, alega não ter rendimentos, mas vai de férias para o estrangeiro, tem carros de alta cilindrada e vários imóveis. Para já está detido e à espera de ser ouvido para serem determinadas as medidas de coação. Entretanto a PJ está a investigar uma alegada tentativa de matar o comissário responsável pela detenção de Fernando Madureira. É melhor parar por aqui, quanto mais informação pesquiso, mas coisas destas encontro. Com esta malta da bola é preciso ter cuidado. O último jogo que vi do F. C. Porto foi no Estádio das Antas, em outubro de 1996. A claque do Porto quase nos bateu por termos colocado uma tarja de apoio ao Porto na rede. A rede pelos vistos era deles. Naquele dia disse aos meus dois amigos que “Não mais me iriam ver junto de gente daquela.” E cumpri. Mais vale ir ver o meu Desportivo de Chaves, embora saia de lá sempre triste com as exibições e com os resultados! Cuidado com o macaco.


* O autor não pretende de forma nenhuma ofender os adeptos que pertencem às claques de futebol. O autor apenas o faz porque até à data, nunca teve conhecimento de nada ligado às claques de futebol que se ajuste aos normais comportamentos em sociedade, sempre que se fala em claques, é por causa de agressões, roubos, insultos, e outras patifarias.


Crónica publicada na edição 472 do Notícias de Coura, 13 de fevereiro de 2024

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