Passadas as férias de praia, os festivais de verão e as festas da aldeia, estamos de volta às rotinas que ano após ano preenchem os nossos dias. No meu caso, gosto mais de férias longe da praia, na festa da aldeia apenas me arrasto nas procissões para acompanhar os sobrinhos e quanto a festivais nunca fui grande fã, nem quando morei a 100 metros do melhor de todos eles! Deixa-me lá então tomar nota dos vários temas que me esperam neste regresso ao trabalho.
Regresso às aulas: O final das férias é sempre difícil, e por mais que goste do meu trabalho não me importava nada de ficar por casa mais uma ou duas semanas, até porque me fazia falta descansar das férias! Bons tempos os da década de oitenta e noventa onde de facto os professores não passavam tanto tempo na escola! Este ano letivo é marcado por uma tentativa do Ministério da Educação em estabilizar os professores em quadro de escola. Aplaudo a medida do anterior governo, mas condeno a forma desorganizada como o fez, foram muitos os professores que ficaram efetivos numa escola, mas depois a escola não teve horário para eles. Fiquei também surpreendido pela quantidade de professores que efetivaram logo no primeiro ou segundo ano de serviço. Que maravilha, que sossego para eles, nunca irão passar pela tormenta da malta da minha geração, sempre com o coração nas mãos em setembro sem saber se teria trabalho, sem imaginar onde iria parar. Muitos professores só efetivaram depois de vinte anos de serviço, embora seja justo dizer que muitos deles nunca quiseram sair da sua zona de conforto, não se pode “ter o sol na eira e a chuva no nabal”! Apesar destas medidas, a falta de professores é atualmente o maior problema do setor. Esta questão já não é de agora, já se começou a sentir há mais de seis ou sete anos e nada se fez. Aliado a isto, junta-se a quantidade assustadora de professores à beira da aposentação. Até 2030 irão embora cerca de um terço dos atuais professores, a situação poderá ficar insustentável. Para este ano letivo espera-se menos contestação, a devolução do tempo de serviço pelo atual governo foi a justa medida para quem sempre trabalhou.
Regresso ao futebol: Começou a nova temporada futebolística e as polémicas do costume, ainda vamos na quarta jornada e já há queixas sobre a arbitragem, polémicas com a compra e venda de jogadores e para pôr tudo em polvorosa, o Benfica despede o treinador. Mais polémico ainda que despedir Roger Schmidt é ouvir uma quantidade assustadora de benfiquista defender a contratação de Sérgio Conceição. A mim parece-me completamente absurdo, era como se de repente, André Ventura fosse nomeado Secretário-Geral do Partido Comunista! A mim preocupa-me fundamentalmente o meu Chaves. Há um ano estava no último lugar e a caminho da descida para a segunda divisão, este ano vai a caminho da terceira. Que saudades do Chaves das décadas de oitenta e noventa.
Regresso à política: São muitos os assuntos quentes que vão animar os próximos meses, mas há dois que me agradam especialmente: o orçamento de Estado e as eleições americanas. Sobre o orçamento há tantas coisas que me apetece-me dizer que vou esperar mais umas semanas para no mês de outubro lhe dedicar uma crónica inteira! Já tem quase uma página, ficam a faltar as polémicas que se avizinham e o título. Quanto às eleições americanas, assunto que me apaixona desde o ano 2000, quando Al Gore mesmo tendo mais votos perdeu para George Bush, a sensata desistência de Biden acabou por tirar alguma piada ao confronto, restam agora os discursos absurdos de Donald Trump para ter assunto para escrever. Espero que, a bem dos Estados Unidos e do mundo, Kamala Harris não faça nenhum disparate.
Regresso às crónicas: Regressa a minha obrigação quinzenal de escrever para o Notícias de Coura, obrigação no sentido de compromisso, nunca de castigo! Espero continuar a respeitar o prazo de envio e vou tentar não maçar os leitores com o relato das dificuldades que tantas vezes sinto em arranjar assunto. Entretanto, já comecei a escrever uma crónica para o mês de fevereiro e cujo título é: 200! Aturem-me por favor até lá!
Crónica publicada na edição 485 do Notícias de Coura, 10 de setembro de 2024
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