segunda-feira, 15 de julho de 2024

Ronaldo será sempre um campeão!

Confesso que escrevi este título uns dias antes de começar efetivamente esta frase que agora estão a ler. São vinte e duas horas do dia um de julho, aborreci-me com o jogo de futebol entre Portugal e a Eslovénia, enquanto decorre o prolongamento vou adiantando a minha crónica para o Notícias de Coura. A nossa seleção está a fazer um jogo triste, confuso, sem chama. Não há livre que não seja marcado por Ronaldo e até agora sem resultados, nem mesmo de penálti funcionou. Ronaldo chora no intervalo do prolongamento, compreende-se a tristeza e o desespero, mas nada disso apagará a mais bela imagem deste europeu, aquela que me serviu de inspiração para a presente crónica.

Portugal – Turquia, os jogadores alinhados ouvem o hino, à frente deles muitas crianças vivem um momento único. Na frente de Ronaldo vê-se uma menina, deslumbrada com ele, olha-o e chega a tocá-lo, vibrando de felicidade, como que a pensar: “- É mesmo verdadeiro!” Ronaldo nunca fica indiferente a esta coisas e retribui com um abraço. Ainda durante o jogo o campo é invadido por outra criança, corre pelo relvado em direção ao seu ídolo, ainda antes de o alcançar já ele o esperava de braços abertos, Ronaldo, quem mais poderia ser? São momentos como estes que certamente ficarão na memória destas crianças para a eternidade, mais do que quem será campeão europeu, estas crianças nunca esquecerão que em 2024 abraçaram o melhor jogador do mundo.

Entretanto, espreito a televisão e vejo que vamos a penáltis. Costuma dizer-se que os penáltis são uma lotaria, e que acaba sempre por vencer quem tem mais sorte. Não concordo, desculpa-se muitas vezes a falta de talento ou profissionalismo com a sorte ou o azar. Os penáltis também se treinam, e treinam aqueles que os marcam, como treinam os guarda-redes que os defendem. Terá sido Ronaldo que falhou o penálti ou o guarda-redes da Eslovénia que o defendeu?

E agora faço uma pausa. Vou esperar pelo fim do jogo para concluir a minha crónica. Até daqui a uns minutos…

Voltei! Feliz obviamente. Portugal vence e passa aos quartos-de-final. Mesmo triste e um pouco desalentado, Ronaldo é o primeiro a marcar e não falha, mostrou mais uma vez a coragem e determinação que o carateriza, quando foi mais necessário, não virou as costas à luta. Depois de marcar pediu desculpa aos adeptos, mas não era necessário, Ronaldo já nos deu tanto que não tem de pedir desculpa por nada. E enquanto os nossos jogadores marcam, na baliza Diogo Costa defende todos os penáltis do adversário, torna-se o homem do jogo e é decisivo para a continuidade em prova da nossa seleção. (Talvez tenha dado um importante passo para um grande clube europeu, e possa render alguns milhões ao FC Porto que, a acreditar nos jornais, todos os dias tem devedores à porta).

Agora voltaremos a defrontar a França, que tão boa recordação me traz de 2016, mas cuja tristeza e desalento de 1984 ainda não esqueci. Espero que quando este texto chegue às mãos dos leitores Portugal esteja já nas meias-finais e que sejam de alegria as próximas lágrimas que virmos de Ronaldo. (Há qualquer coisa que me diz que Ronaldo nos vai trazer uma grande alegria contra a França, talvez seja um pressentimento ou talvez seja um mero desejo, Ronaldo merece mais essa alegria.) Desta forma se cumpre a minha obrigação. Quando daqui a duas semanas voltar a escrever, o Campeonato da Europa já terminou. Pelo sim pelo não preparo já o título: Portugal campeão! Dava imenso jeito que Roberto Martinez não inventasse mais e conseguisse fazer dos melhores do mundo a melhor equipa! Caso contrário vai-me obrigar a procurar um novo assunto.


Crónica publicada na edição 482 do Notícias de Coura, 9 de julho de 2024





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