1 – Sporting… outra vez!
Numa tarde de domingo, Bruno de Carvalho (Ex-Presidente do
Sporting) e Mustafá, líder da Juve Leo (Claque do Sporting), são detidos. Nessa
tarde o Sporting jogava com o Chaves para o campeonato. A claque ficou tão
abalada que não compareceu ao jogo. Mais interessante… retirou as faixas de
apoio à equipa quando soube da prisão do seu líder. Mas que claque é esta?! Mas
apoiam a equipa ou o líder?! Isto é revelador do “tipo de gente” que faz parte
deste tipo de associações. Mais tarde, quando para espanto de todos Mustafá não
é preso preventivamente, mostra-se indignado por lhe chamarem terrorista e
traficante, apesar de ter sido indiciado por 58 crimes, um deles de tráfico de
droga. Uns dias mais tarde, sabe-se que Mustafá declara rendimentos anuais de
2000€, paga 600€ de renda mensal por um empréstimo de uma casa na Aroeira, tem
um Peugeot avaliado em 17000€ e conduz um BMW. Por tudo isto, vai ter de pedir
apoio judiciário, ou seja, vai ser o Estado a providenciar-lhe um advogado. Um
dia alguém me disse que só podiam ter este tipo de vida 3 tipos de pessoas:
traficantes, ladrões, ou tipos cheios de sorte que tinham recebido valentes
heranças. O Mustafá é um tipo cheio de sorte!
2 – Uma vergonha de país.
O país fica chocado ao ver imagens de uma estrada no meio de
duas pedreiras, entre Borba e Vila Viçosa. O país fica a conhecer esta estrada
“assustadora” fruto da tragédia que se abateu sobre alguns pobres desgraçados
que lá passavam e trabalhavam na tarde em que a mesma ruiu. É inadmissível que
possa existir uma estrada destas num país que se diz desenvolvido. Tal como
noutras tragédias, ninguém é responsável, nem os donos das pedreiras, nem as
autarquias, nem o governo. É o habitual. Pobres daqueles que morreram. O atual
Presidente da Câmara diz que tudo era seguro (viu-se) e que não sabia de nada, mas
pelos vistos já tinha sido informado da perigosidade da estrada há cerca de 4
anos. Os donos das Pedreiras dizem ter as licenças todas e até estudos que
comprovam a segurança da estrada, (é caso para perguntar quem são os autores
destes estudos… pois deviam também ser responsabilizados). O Estado, afirma-se
inocente. Claro, o Estado nunca tem culpa. O Estado até afirma, e com razão,
que passou a competência de gestão das estradas para as autarquias. O que o
Estado se esquece de dizer é que nunca pagou as compensações prometidas e
devidas para que as autarquias pudessem manter as estradas minimamente em
segurança. Mas todos nós compreendemos… o Estado não tem dinheiro para estas
coisas, é mais importante financiar alguns bancos (levados à falência por uma cambada
de vigaristas), bem como sustentar algumas PPP’s, habilidades de anteriores
governantes.
Mas não é só isto que envergonha o país. Em Sabrosa morre
uma família de 5 pessoas, duas crianças e três adultos. Tinham um gerador pois
andavam a construir aos poucos a sua casa e ainda não tinham eletricidade.
Pessoas trabalhadoras, crianças educadas, boas alunas. O Estado Português devia
ter vergonha de saber que existem pessoas a viver nestas condições. O Estado
Português que acolhe refugiados e lhes garante sustento durante meses e meses,
devia lembrar-se mais dos seus. (Depois admiram-se que os movimentos radicais,
nomeadamente os da extrema direita, ganhem cada vez mais votos). E se me
perguntarem se acho mal que o Estado Português receba refugiados, obviamente
que não acho mal. Acharei sempre mal se o fizer em detrimento dos seus.
Para terminar os tópicos que deviam envergonhar o país,
vamos às declarações do Sr. Ministro do Ambiente, quando “mandou” a maior parte
das famílias mudar a tarifa elétrica para a mais baixa potência energética,
para assim poderem ter o IVA a 6%. Tenha vergonha Sr. Ministro. Tenha vergonha.
Parece que aprendeu com o outro e mandou os Portugueses emigrar. Mais vale
mudar o IVA dos combustíveis para a taxa mais baixa e mandar os Portugueses
comprar candeias a petróleo. Mas já estamos habituados a isto, hoje em dia os
Ministros podem dizer qualquer “alarvidade” que ninguém se indigna. Até estava
para escrever aqui algumas delas, mas mais vale guardá-las. Assim fico com
título para outra crónica: “Os Ministros dizem cada coisa”.
Vou ficar por aqui. Ainda estava a pensar falar sobre as
touradas, o IVA de 6%, a defesa da tradição e o sofrimento dos animais. Mas é
melhor não. Como puderam ler, estou demasiado zangado com o país. Tenho medo de
ferir suscetibilidades… tenho receio da reação do IRA (Intervenção e Resgate
Animal) ou de alguma ganadaria ou grupo de forcados.
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